'O que a memória ama fica eterno': frase de Adélia Prado estampa Memorial em homenagem às vítimas da tragédia de Brumadinho
27/01/2025
Espaço foi inaugurado no último sábado (25) com a presença de familiares de vítimas e autoridades. Trecho é do poema 'Para o Zé'. Área externa do Memorial Brumadinho
Tv Globo / Reprodução
Foi inaugurado no último sábado (25), o Memorial Brumadinho em homenagem às 270 vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, ocorrido há seis anos.
Na entrada do memorial, uma frase do poema "Para o Zé", de Adélia Prado, escritora de Divinópolis, estampa o propósito do local: "O que a memória ama fica eterno. Te amo com a memória, imperecível".
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Erguido no terreno escolhido pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem (Avabrum) e financiado pela Vale, o memorial busca preservar a memória das vidas perdidas e promover reflexão. O espaço será administrado pelas famílias das vítimas e está localizado no próprio cenário da tragédia.
O projeto arquitetônico foi feito pelo escritório Gustavo Penna & Arquitetos Associados. Segundo a administração, o espaço conta com escultura-monumento, espaço meditativo, drusa de cristais, duas salas de exposição e um espaço dedicado aos segmentos corpóreos das vítimas.
Externamente, um bosque de ipês amarelos, com 270 árvores, presta uma homenagem simbólica a cada uma das vidas perdidas.
A construção do memorial começou em 2019, a partir de um pedido da Avabrum ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), e foi viabilizada por um Termo de Compromisso firmado em 2023 entre a associação e a Vale, com apoio do MPMG. A Fundação Memorial de Brumadinho será responsável por sua gestão.
A tragédia
O rompimento da barragem ocorreu em 25 de janeiro de 2019, liberando 12 milhões de m³ de rejeitos que devastaram comunidades, instalações da Vale e o Rio Paraopeba. Das 270 vítimas, 267 foram identificadas, enquanto três seguem desaparecidas.
Seis anos após o desastre, o Memorial Brumadinho se torna um símbolo de memória, verdade e justiça, para perpetuar as histórias e os legados das vidas que foram interrompidas.
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Adélia Prado
Adélia Prado
Grupo Editorial Record/Divulgação
Nascida em 13 de dezembro de 1935, em Divinópolis, a poeta, professora, romancista Adélia Prado é licenciada em filosofia. Completou 89 anos em dezembro de 2024.
Primeira mulher a receber o prêmio Conjunto da Obra pelo Governo de Minas em 2017, Adélia também já foi indicada à Academia Brasileira de Letras. Com impacto que vai além das fronteiras brasileiras, a poetiza é reconhecida como uma das grandes vozes da literatura contemporânea.
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